sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mudanças


MUDANÇAS - NOVA ERA - NOVO COMEÇO
Começar de novo, começar o novo, começar com o novo.
Há que ter espaço para os novos visitantes, novos hóspedes que permeiam nossa mente.
Para isso será preciso desapegar-nos de tudo que num momento foi base.
Com as mudanças, percebemos os papéis diferentes que cabe a cada um, muitas vezes percebemos que não serve mais, não mais como antes.
Nesse "novo começo" temos que decodificar certos papeis; o é ser Pai, Mãe, Irmão, Amigo, Namorado, Marido, Mulher, Filho, Vizinho, Trabalho?
Quando criança tínhamos isso como certo, mas agora com a globalização, tecnologia e inovações, estamos todos nos comunicando com uma rapidez impressionante, fazendo contatos que talvez sem isso jamais faríamos, reencontrando amigos redescobrindo outros tantos, nos comunicamos de acordo com cada momento que estamos vivendo, mandando mensagens de crescimento, auto ajuda, piadas, nos divertindo e ... nos sentindo cada vez mais sozinhos.
Pois essa integração é individual, meu amigo me manda algo mas não sabe do que preciso naquele momento.
Será que é isso mesmo que precisamos, será que essa é mesmo nossa vontade, de ficarmos sozinhos, sem o olhar, o toque, o afago do outro???
Será que não estamos prontos ou somos resistentes às mudanças?
O ser humano é flexível e adaptavél, já moramos em cavernas, não nos comunicávamos, nos adaptamos, enfrentamos muitas mudanças, ocorreram várias modificações, conforme nossas necessidades. Sentimos em algum momento que unidos seria muito melhor, somando seria mais produtivo. Assim nos juntamos.
Cada qual tinha seu papel, os pais podiam ensinar aos filhos a partir de suas experiências, ensinavam a viver para enfrentar lá fora, a sociedade. As responsabilidades faziam parte da vida como coisa natural.
Quando queríamos colo, sabiamos onde buscar e sabiamos que teríamos.
Nossa casa era um porto seguro, independente de qualquer coisa, saiamos de lá para formarmos outra familia. Com isso davámos continuidade ao aprendizado, quando percebemos que aprendiamos mais com os filhos do que ensinavamos.
Agora saimos de casa porque se tornou insuportável a convivência, insuportável ouvirmos assuntos que diferem das nossas idéias.
Eramos mais tolerantes, respeitávamos as diferenças, podiamos nos reunir, mesmo com discussões aprendíamos com todos que nos cercavam, e voltávamos a nos reunir.
Agora, achamos que para nos suportar, por orgulho ou por determinação das mudanças, somos intolerantes.
Não paramos mais para discutir, desitimos na primeira fala contrária a nossa.
Quando erámos crianças brincávamos, pulando, cantando, girando, usando nosso corpo de acordo com nossas emoções.
Íamos para o nosso quarto dormir para descansar do dia agitado que tivemos, não para não ouvir mais nada por hoje.
Tinhamos jardins, sentíamos o cheiro da terra, nossos cachorros eram animais de estimação, companheiros e amigos de muitas horas.
Parece que fomos por um caminho que acabou por negar nossas origens, de precisar acreditar que nos bastamos sozinhos. Pode ser que sim, mas diante dessa escolha, parece que perdemos o contato humano, e sabemos em nossas entranhas que nós precisamos uns dos outros, sim e o tempo todo.
Parece que com essas mudanças estamos deixando tudo ir, tudo parece ter uma importância menor.
Porque com os tempos modernos, pedir ajuda, compartilhar pode significar fraqueza.
Agora parece que só há competição.
Isso gera medo, insegurança.
Várias "doenças" que traduzem o que sentimos, e com isso acabamos nos conformando. Já que não podemos entrar em contato direto com a verdade interna, com o diagnóstico, parece que tudo fica tudo "respondido".
Diante do medo de enfrentarmos nossos fantasmas, nos dopamos com medicamentos, que nos faz dormir, dormir muito, pelo menos temos pseudo-horas de descanso. Ilusão.
Procuramos pela liberdade, corremos atrás investimos nisso, e agora não sabemos o que fazer com ela.
Nos pressionar, nos oprimir, entramos em depressão, auto depressão.
A depressão parece crescer, crescer e crescer em nós, e com isso nos sentimos diminuidos, como humanos e como pessoas.
Será que escolhemos a verdade, a nossa verdade ou temos que ser diferentes???
Será que vivemos de acordo com nossa vontade mesmo, ou não alimentamos a motivação de mudarmos de estação quando a música que toca não nos agrada?
Será que mantemos isso porque a maioria o faz?
Essas são reflexões que devemos fazer, é um compromisso conosco, diário, porque só nós mesmo podemos nos ajudar, o "botão" onde se acende a lâmpada da nossa alegria está dentro de nós, e quanto mais sozinhos nos sentimos mais distante, dificil de ser encontrado.
Escolhemos de fato isso para nós? Isso é que nos está fazendo crescer, amadurecer?
Estamos felizes com o que somos ou nos tornamos?
Bom momentos para reflexões, fica com o travesseiro e durma bem, se puder.